Sem nexos

Algo assim:desmedido, livre, leve e solto!
Não parar para pensar no que vai dar as sílabas desprendidas de rimas e/ ou escansão...
Viver...
Sorrir...
Alimentar esperanças de que tudo pode ficar ainda melhor.
Quero janelas abertas...
Ventania...
Folhas secas no chão.
Céu claro.
Água gelada.
Vou correr...nem que seja para uma cama em dia de sábado a tarde...
Mesmo sem tempo para tudo, até mesmo pro Blog, quero sombra e água fresca.
Por ai...
Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto , você não deve entregá-lo á ninguém , nem mesmo a um animal. Envolva o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde o na segurança do esquife de seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro , sem movimento , sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar se indestrutível, impenetrável , irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e pertubações do amor é o inferno.
C.S.Lewis em "Os quatro amores"

"El tiempo"

Intensa sensação de que "el tiempo no me alcanza".
Para tantos desejos, tantas vontades....
A vida é tão efêmera perante tudo que há para se viver.
Pobre de mim se a maioria dos meus anseios fossem terrenais.
Viveria e morreria sem perspectivas de grandes realizações. E, sem elas, estaria fadada ao insucesso.
Ainda bem que meus desejos ultrapassam essa atmosfera.
E é justamente esse viver debaixo de uma visão eterna que muda a forma como vivo o hoje.
Posso dizer bem melhor:
"Yo alcanzaré el Tiempo..."

2 décadas

O ano era 1989. Exatamente 20 anos atrás. Mais precisamente no dia 04 de agosto...
Nasci. Tive uma infância que atualmente é atípica, com brincadeiras de rua: roubar bandeira, cata-vento, amarelinha, peteca, queimada, pegador, pular corda, esconde-esconde e toda sorte de brincadeiras que necessitam apenas de crianças, um lugar tranqüilo e certo afastamento tecnológico. Por vezes na fazenda, em um casarão construído pelo meu avô, com portais de madeira imensos, um quintal enorme gramado por onde corria sozinha ou acompanhada do meu cão e rolava em um discreto declive que o relevo fazia, subia na porteira, comia siriguela, pegava manga no pé e tomava banho na represa que ficava ao lado da casa. Nesse lugar, meus avôs maternos criaram seus filhos e viveram até a lamentável morte do meu avô dias antes do meu nascimento. Outras vezes, onde a maioria das brincadeiras ocorria, estava na casa dos meus avôs paternos, em uma cidadezinha perto da fazenda. Nesse vilarejo, cresci, aprendi minhas primeiras palavras, escrevi meus primeiros textos, como a já conhecida redação sobre como foram as ultimas férias e fiz amizades que perduram até hoje.
Infância. Fase que exige uma agradável leitura de quem hoje se orgulha de dizer que foi uma época memorável e importantíssima para que essa jovem se formasse. Mesmo estando sempre cercada pelos cuidados da mãe, do pai, dos avôs, nessa fase de aprendizado intensivo, foram tantos “tombos”, tantos arranhões... Ao subir nas árvores, inventar de fazer as “cozinhadinhas”, escorregar nas enxurradas que a chuva sempre provocava... Ah, os banhos de chuva, que saudades... Ao machucar, chorava, sangue escorria, prometia que não me cortaria novamente... Porém, antes mesmo que o ferimento se fechasse, já estava eu correndo com os amiguinhos novamente. Foi assim, ao aprender, andar de bicicleta, por exemplo.
Esse relato é o que define a caminhada até hoje e que seguramente aponta o caminho a ser percorrido. Mesmo com carinho, amor e dedicação, escorregões, caídas e cortes são inevitáveis. A descoberta e/ou conquista do novo é permeada por acontecimentos alegres, como correr na chuva e outros dolorosos como os arranhões no joelho ao cair com toda a força e velocidade no chão de terra batida.
Hoje parei um tempinho para notar que aquela ferida na perna, que doeu tanto, causou mudanças de planos (como ficar na margem do rio, enquanto a ferida se fechasse um pouco), é somente uma cicatriz. E quando criança, meus arranhões não impediam uma nova tentativa, o medo era vencido pela vontade de experimentar novas coisas.
Que o medo não nos impeça de tentar hoje, mesmo às vezes levando “tombos”, as feridas tornam-se apenas cicatrizes para nos lembrar qual ensinamento nos foi transmitido.
Agradeço a Deus por cada experiência vivida, pois com elas cresci e posso dizer que não fiquei apenas sentada frente a uma apresentação alheia... Eu vivi e ainda vivo...